De sul a sul: o intercâmbio técnico-agrário entre Brasil e os países platinos (1930-1955)

DOI:

https://doi.org/10.19137/qs.v27i3.7490

Palavras-chave:

intercâmbio técnico, gado, trigo, Cone Sul

Resumo

O artigo analisa o processo de consolidação no Brasil de uma administração agrária que exigiu a formação científica e profissional de quadros técnicos em questões rurais entre 1930 e 1955 e identifica os objetivos do governo brasileiro em aumentar a cooperação tecnocientífica em questões agrárias com os países do Cone Sul neste período. Por meio da análise documental dos Ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores do Brasil, constatou-se que essa orientação política se articulou com a crescente necessidade dos países da região de contar com apoio técnico e científico em cultivos tropicais e subtropicais, tanto para abastecimento interno como para o fortalecimento de sua produção no mercado internacional diante do cenário surgido durante as grandes guerras mundiais. Sob o conceito de cruzamentos agrários, de Tore Olsson, foram analisados ​​os intercâmbios científicos em matéria agropecuária e veterinária, especialmente relacionados à pecuária e ao cultivo do trigo, bem como a difusão de conhecimento agrícola, missões de assessoria técnica e também a ação de institutos de pesquisa estatais que buscavam tanto ampliar a cooperação técnica quanto assegurar os interesses geopolíticos brasileiros no continente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Carolina Da Cunha Rocha, Escola Nacional de Administração Pública (Enap)

Doutora em História pelo El Colegio de México, mestre em História pela Universidade de Brasília (UnB), pesquisadora na Escola Nacional de Administração Pública do Brasil (Enap) e editora-científica da Revista do Serviço Público (RSP).

Referências

Barros Meira, R. y Campi, D. (2020). Revolução na agricultura: os ministérios da Agricultura no Brasil e na Argentina e as novas paisagens açucareiras no primeiro quartel do século XX. Antíteses, 13 (26), 390-423. https://doi.org/10.5433/1984-3356.2020v13n26p390

Bonfanti, D. (2021). Desde la disconformidad eufórica hasta el pesimismo melancólico. Elites, Estado y técnicos extranjeros en los procesos de innovación agrícola. En A. Beretta Curi (Coord.) Agricultura y modernización (1840-1930) (pp. 91-118). Universidad de la República.

Brum, A.; Heck, C. y Lemes, C. (2004). As políticas brasileiras de fomento à cultura do trigo-uma revisão histórica. Desenvolvimento em questão-Unijuí, 2 (3), 95-117.

Bueno, C. (2015). Transição do período Vargas (1930-1945). En A. Cervo y C. Bueno História da política exterior do Brasil (pp. 251-287). Universidade de Brasília.

Centro Panamericano de Fiebre Aftosa (2018). Panaftosa-compromiso com a erradicação da febre aftosa nas Américas desde 1951. Panaftosa.

Cervo, A. y Bueno, C. (2015). História da política exterior do Brasil. Universidade de Brasília.

Costa, F. (1940). As Atividades Agrícolas do Brasil 1939. Serviço de Informação Agrícola do Ministério da Agricultura.

Cunha Bayma, A. (1960). Trigo. Volumen 1. Serviço de Informação Agrícola.

Doratioto, F. (2012). Relações Brasil-Paraguai: afastamento, tensões e reaproximação (1889-1954). Fundação Alexandre de Gusmão.

Drinot, P. y Knight, A. (Coords.) (2015). La Gran Depresión en América Latina. Fondo de Cultura Económica.

Erwin, M. (2002). The art of the posible-agronomists, agrarian reform and the middle politics of the mexican revolution (1908-1934) [tesis de doctorado, Departamento de Artes y Ciencias, Universidad de Pittsburgh, tesis no publicada].

Fonseca, P. (1989). Vargas o capitalismo em construção (1906-1954). Brasiliense.

Forjaz, M. (1984). Industrialização, Estado e sociedade no Brasil (1930-1945). Revista de Administração de Empresas, 24 (3), 35-46. https://doi.org/10.1590/s0034-75901984000300006

Freitas, F. (2014). A park for the borderlands: the creation of the Iguaçu National Park in the Southern Brazil (1880-1940). Revista de Historia Iberoamericana, 7 (2), 65-88.

Gómez Florentín, C. (2016). El río Paraná: de pulmón comercial a fábrica de energía (1870-1990). HALAC. Guarapuava, 5 (1), 49-56. https://doi.org/10.5935/2237-2717.20150003

Gonzales, J. (1976). Participação do centro Pan-americano de febre aftosa no desenvolvimento dos programas de prevenção, controle e erradicação da febre aftosa. Boletín del Centro Panamericano de Fiebre Aftosa, 25, 37-39. 25º Aniversario del Centro Panamericano de Fiebre Aftosa.

Graciano, O. F. (2001). Estado, universidad y economía agroexportadora en Argentina: el desarrollo de las facultades de Agronomía y Veterinaria en Buenos Aires y La Plata. En S. Mendonça y M. Valencia (Coords.) Brasil e Argentina: Estado, agricultura e empresarios (pp. 201-232). Vício de Leitura/Universidad Nacional de La Plata.

Guimarães, V. (2015). O turismo como vetor das relações Brasil-Argentina nas décadas de 1920 e 1930. Revista Eletrônica da ANPHLAC, 15, 175-197. https://doi.org/10.46752/anphlac.15.2013.1444

Hodge, J. (2007). Triumph of the expert-agrarian doctrines of development and the legacies of British Colonialism. Ohio University Press.

Martocci, F. (2020). Con los pies en el surco. Instituciones estatales y actores de la ciencia agropecuaria en La Pampa (1958-1983). Prometeo.

McGlade, J. (2009). More a plowshare than a sword: the legacy of US Cold War Agricultural Diplomacy. Agricultural History, 83 (1), 79-102. https://doi.org/10.1215/00021482-83.1.79

Medrado, J. (2015). A “Guerra contra o Zebu”– notas sobre o animal que dividiu as elites pecuaristas brasileiras. Ruris, 9 (2), 269-303.

Méndez, D. A. R. (2022). Modernizar la agricultura, movilizar ideas: trayectorias de los becarios en Ciencias Agrícolas de la Fundación Rockefeller en México (1940-1980) [tesis de doctorado, Instituto de Investigaciones Dr. José María Luis Mora] https://bit.ly/44q4x3G

Mendonça, S. y Valencia, M. (Coords.) (2001). Brasil e Argentina: estado, agricultura e empresários. Vício de Leitura/Universidad Nacional de La Plata.

Ministerio de Agricultura de Brasil (Siglo XX). Reporte Ministerial. Rio de Janeiro: 1889-1960.

Ministerio de Agricultura de Brasil (Siglo XX). Boletín Ministerial. Rio de Janeiro: 1930-1947.

Mitchell, T. (2002). Rule of experts: Egypt, technopolitics and modernity. University of California Press.

Olsson, T. (2017). Agrarian crossings. Reformers and the remaking of the US and Mexican Countryside. Princeton University Press.

Pan-Montojo, J.; Calatauyd, S. y Pujol, J. (2002). Innovación y cambio técnico en la agricultura. Historia Agraria, 27, 15-40.

Rangel, C. (2010). O anti-liberalismo nos discursos de Gabriel Terra e Getúlio Vargas (1930-1938). S.e.

Rockefeller Foundation. The Rockefeller Foundation Annual Report (1948-1951).

Saraiva, T. (2016). Fascist pigs-technoscientific organisms and the history of facism. Massachusetts Institute of Technology Press.

Secreto, M. V. (2001). Fronteiras em movimento: o oeste paulista e o sudeste bonaerense na segunda metade do século XIX. História comparada [tesis de doctorado, Instituto de Economía, Universidade Estadual de Campinas] https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/212017

Zuleta, M. C. (2000). La invención de una agricultura próspera: itinerarios del fomento agrícola entre el porfiriato y la revolución (1876-1915) [tesis de doctorado, Centro de Estudios Históricos, El Colegio de México] https://bit.ly/3OcVqhj

Publicado

2023-06-05

Como Citar

Da Cunha Rocha, C. (2023). De sul a sul: o intercâmbio técnico-agrário entre Brasil e os países platinos (1930-1955) . Quinto Sol, 27(3). https://doi.org/10.19137/qs.v27i3.7490