A PROSÓDIA COMO ESTRATÉGIA RETÓRICA: HYPÓKRYSIS NO ÂMBITO JURÍDICO

Palavras-chave:

Retórica, prosódia, hypókrisis, proceso judicial, área legal

Resumo

Um dos traços distintivos da humanidade é a projeção vocal dotada de sentido. Tal característica permite uma infinita gama de possibilidades no âmbito da interação social; assim, por meio de discursos, mantemos e atualizamos nossas relações. Em Retórica, tal situação encontra seu correspondente na hypókrisis, o ato de pronunciar um discurso em público, que reflete desde as particularidades vocais até o movimento físico do corpo. Com base nesse conceito, este artigo objetiva discutir, pelo viés da interdisciplinaridade, de que maneira a Prosódia pode vir a auxiliar a Retórica. De forma específica, o intuito dessa reflexão é desvelar como um advogado pode tirar proveito da junção Prosódia/Retórica no que diz respeito à sua prática como orador de um discurso jurídico. Sendo assim, por meio do detalhamento dos elementos prosódicos e de suas funções linguísticas, demonstraremos como um discurso pode obter melhores chances de adesão, quando os aspectos sonoros são cuidadosamente levados em consideração.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria Flávia Figueiredo, Universidade de Franca

Doutora em Linguística e Língua Portuguesa (2002) pela UNESP, com estágio pós-doutoral em Retórica (2016) pela PUC-SP. Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Unifran, onde atua nas áreas de Linguística (com ênfase em Retórica), Língua Portuguesa, Língua Inglesa (com ênfase em formação de professores e ensino de pronúncia) e Metodologia de Pesquisa. Autora do livro A bíblia por meio da Lectio Divina (2006) e organizadora, dentre outras, das obras Retórica e multimodalidade (2018), Paixões aristotélicas (2017), O animal que nos habita: a retórica das paixões em Relatos Selvagens (2016), As mulheres que a gente canta (2016) e A retórica do medo (2015).

Referências

Abercrombie, D. (1967). Elements of general phonetics. Edinburgh: Edinburgh University Press.

Aristóteles. (2015). Retórica. Trad. do grego Manuel Alexandre Júnior, Paulo Farmhouse Alberto e Abel do Nascimento Pena. São Paulo: Folha de São Paulo.

______. (2011). Retórica. Trad. Edson Bini. São Paulo: Edipro.

Boothman, N. (2012). Como convencer alguém em 90 segundos. Tradução de Mayara Fortin e Renato D’Almeida. São Paulo: Universo dos livros.

Cagliari, L. C. (1999). Acento em português. Campinas: Edição do autor. (Coleção Espiral, Série Linguística, v. 4)

______. (2002). Análise fonológica: introdução à teoria e à prática, com especial destaque para o modelo fonêmico. Campinas: Mercado de Letras. (Coleção Idéias sobre Linguagem).

______. (1992). Prosódia: algumas funções dos suprassegmentos. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, n. 23, p. 137-151, jul./dez.

Chomsky, N.; Halle, M. (1968). The sound pattern of English. New York: Holt, Rinehart & Winston.

Cook, A. (1991). American accent training: a guide to speaking and pronouncing American English for everybody who speaks English as a second language. Hauppauge: Barron’s.

Couper-Kuhlen, E. (1986). An introduction to English prosody. Londres: Arnold e Tübingen, Max Niemeyer.

Ferreira, L. A. (2010). Leitura e persuasão: princípios de análise retórica. São Paulo: Contexto.

Figueiredo, M. F. (2002). (publicado originalmente como Bollela, M. F. F. P.). Uma proposta de ensino da pronúncia da língua inglesa com ênfase nos processos rítmicos de redução vocálica. Araraquara. 380 p. Tese (Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa) – Faculdade de Ciências e Letras, Câmpus de Araraquara, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”.

______. (2006). (publicado originalmente como Bollela, M. F. F. P.). A prosódia como instrumento de persuasão. In: Louzada, M. S. O.; Nascimento, E. M. F. S.; Oliveira, M. R. M. (Orgs.). Processos enunciativos em diferentes linguagens. Franca: UNIFRAN. p. 113-128. (Coleção Mestrado, 1)

Figueiredo, M. F.; Radi, A. R. (2017). Nuances do dizer: efeitos retóricos da prosódia. In:

Ferreira, L. A. (Org.). Artimanhas do dizer: retórica oratória e eloquência. São Paulo: Blucher. p. 125-138.

Halliday, M. A. K. (1970). A course in spoken English: Intonation. London: Oxford University Press.

Liberman, M.; Prince, A. (1977). On stress and linguistic rhythm. Linguistic Inquiry, 8, p. 249-336.

Massini-Cagliari, G. (1992). Acento e ritmo. São Paulo: Contexto. (Coleção Repensando a língua portuguesa).

Meyer, M. (2007). A retórica. Tradução Marli M. Peres. São Paulo: Ática.

Perelman, C.; Olbrechts-Tyteca; L. (2005). Tratado da argumentação. Trad. Maria Ermantina de Almeida Prado Galvão. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes.

Pike, K. (1947-1971) Phonemics: a technique for reducing languages to writing. 12th edition. Ann Arbor: The University of Michigan Press.

Quintiliano, M. F. (2016). Instituição oratória. Tradução por Bruno Fregni Bassetto. Campinas: Unicamp. Tomo IV (coleção Fausto Castilho Multilíngues de Filosofia Unicamp).

Ramírez Vidal, G. (2018). La hipocrítica o arte de la expresión oral en la retórica griega clásica. IN: Ludovice, Camila de Araújo Beraldo; Manfrim, Aline Maria Pacífico; Figueiredo, Maria Flávia (Orgs.). O texto: corpo, voz e linguagem. Franca: Unifran. (Coleção mestrado em linguística vol. 13). p. 99-119.

Rapport, significado de. Disponível em: https://www.significados.com.br/rapport/. Acesso em: 19 nov. 2019.

Scarpa, E. M. (Org.). (1999). Estudos de prosódia. Campinas: Unicamp.

Underhill, A. (1994). Sound foundations. Oxford: Heinemann. (The Teacher’s Development Series).

Publicado

2020-07-31

Como Citar

Figueiredo, M. F. (2020). A PROSÓDIA COMO ESTRATÉGIA RETÓRICA: HYPÓKRYSIS NO ÂMBITO JURÍDICO. Perspectivas De Las Ciencias Económicas Y Jurídicas, 10(2). Recuperado de https://ojs.unlpam.edu.ar/index.php/perspectivas/article/view/4390

Edição

Seção

Investigación científica