Abrigos homossociais e o negócio da masculinidade em El juguete rabioso de Roberto Arlt
DOI:
https://doi.org/10.19137/anclajes-2025-29210Palavras-chave:
Roberto Arlt, Literatura argentina, Estudos de gênero, Homossocialidade, Século 20Resumo
A origem social humilde e a difícil situação económica sofrida por Silvio Astier, protagonista do romance El juguete rabioso (1926) de Roberto Arlt, dificultam seu acesso à cultura e o mantêm à margem de certas práticas e convenções sociais. Dentre elas, destaca-se a incapacidade do joven em satisfazer os padrões de masculinidade impostos pela sociedade heteropatriarcal da época, muitas vezes vinculada ao agenciamento que concede o poder de compra. Incapaz de constituir-se simbolicamente como “homem”, Astier se encontra estagnado num limbo da adolescência que lhe causa frustração e o envolve de cinismo. Para tentar contrabalançar esta situação precária, o menino desenvolve fortes laços homossociais com outros personagens masculinos nos quais busca refúgio. El juguete rabioso de Roberto Arlt é aqui objeto de uma releitura a partir de eixos articuladores comumente ignorados nas abordagens críticas desta obra e, em particular, naquela referente à intersecção entre classe social e questões de gênero.
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