A disputa epistemológica institucional entre a Geografia Humana e a Morfologia Social: Continuidades e descontinuidades nas estratégias de legitimação cientifica das comunidades de geógrafos e sociólogos no umbral do século XX
Palavras-chave:
Disputa epistemológica institucional, estratégias de letimação cientifica, comunidades cientificasResumo
No umbral do século XX, a geografia Humana de Paul Vidal de la Blache disputou-se com a Morfologia Social de Emile Durkheim a apropriação do estudo da relação Sociedade-Natureza. O contexto deste acontecimento esteve marcado por questões epistemológicas, com epicentro nas diferentes concepções sobre o meio, como assim também por questões institucionais, já que a Sociologia pretendia integrar dentro do seu domínio o campo da Geografia Humana. Enquanto as estratégias de Durkheim foram interpretar e criticar a Geografia de Vidal através de Ratzel, La Blanche optou por distanciar-se da Geografia Ratzeliana e dessa forma diferenciar-se da Morfologia Social. Com a intervenção dos discípulos estas estratégias não só continuaram senão que também se modificaram. Mauss e Halbwachs, prosseguiram socavando o espaço epistemológico institucional da Geografia Vidaliana através da crítica à Geografia Ratzeliana, mas Simiand foi pioneiro em criticar diretamente aos Vidalianos. Demangeon e Vacher contribuíram em marcar a singularidade da Geografia de Vidal de La Blanche, mas Fevre e Vallax esboçaram uma defesa da Geografia Humana através de uma crítica à Morfologia Social.
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